Cases de radiologia forense: o uso do raio-X na polícia

Em 1895, Wilhelm Conrad Roentgen descobriu o raio-X, quando fazia experiências para detectar a radiação eletromagnética. O que talvez ele nem sequer imaginasse é que a descoberta poderia ser útil para a solução de crimes, o que acontece na radiologia forense.

As situações em que os peritos fazem exames para desvendar crimes e encontrar a solução para casos de polícia acontecem todos os dias. Por mais que isso pareça coisa de filme, é algo que sempre acontece no nosso dia a dia.

A radiologia forense odontológica, por exemplo, pode ser usada para que os raios-X consigam identificar cadáveres de pessoas vítimas de crimes ou desastres, por meio da arcada dentária. 

Ficou curioso e quer saber mais sobre esse assunto? Então, é só seguir com a leitura!

Saiba mais sobre a radiologia forense

A radiologia forense é o campo que engloba todos os conhecimentos técnicos e científicos nas áreas de Medicina e Odontologia, tais como a física, a biologia e a química, aplicados para desvendar crimes.

O tema é bastante interessante, tendo em vista que serve para identificar vítimas de crimes bárbaros e também descobrir as causas de suas mortes. 

Muitos dos corpos que chegam até o Instituto Médico Legal (IML), por exemplo, se encontram em estado avançado de  decomposição ou sem partes que ajudam a identificar os indivíduos. Há situações em que os cadáveres se encontram, inclusive, carbonizados.

Os exames legais, que incluem o raio-X da arcada dentária, são usados pelos peritos, para identificar os mortos e, posteriormente, encontrar os seus familiares. 

3 cases interessantes de radiologia forense

radiologia forense

Eduardo Luiz Dias dos Santos, estudante do Centro Universitário Anhanguera de São Paulo, apresentou no 14º Congresso Nacional de Iniciação Científica, o trabalho chamado “Radiologia forense na área criminal”.

Ele reuniu em um artigo alguns cases interessantes da aplicação da radiologia na área criminal. A seguir, apresentaremos os principais. Acompanhe!

1. Incêndio no Hotel Hafnia

Em 1973, o Hotel Hafnia, que ficava localizado em Copenhague, na Dinamarca, pegou foco. O acidente vitimou 35 pessoas, entre hóspedes e funcionários, que tiveram os seus corpos carbonizados e ficaram irreconhecíveis.

Uma equipe de oito dentistas foi convocada para realizar exames nos corpos das vítimas. Para isso, foram feitos registros fotográficos e utilizados raios-X.

Os dentistas fizeram uma anotação detalhada, em um trabalho chamado de odontograma post-mortem. 

Como resultado do trabalho da equipe odontológica, de acordo com registros da época, foi possível identificar 74% das vítimas.

2. Tempestade no deserto

Em 1993, uma dupla de pesquisadores chamada Kessler e Pemble apresentou um caso envolvendo 251 mortos em uma operação do exército americano, que ficou conhecida como tempestade no deserto.

Nessa operação, os peritos conseguiram identificar 244 dos mortos, combinando métodos de dactiloscopia e identificação dentárias.

Os pesquisadores concluíram que a identificação dentária, por meio da radiologia forense, se provou um método viável e de rápidos resultados.

3. Incêndio criminoso

O trabalho apresentado pelo estudante do Centro Universitário Anhanguera traz também o caso de um cadáver adulto, do sexo masculino, que foi encontrado após um incêndio no quarto de uma residência.

O morador não foi reconhecido pelos familiares, tendo em vista que o corpo estava carbonizado e as impressões digitais estavam destruídas. 

Uma irmã do morador afirmou que ele havia realizado duas cirurgias no crânio, cujos filmes dos exames realizados na época estavam com ela.

A mulher entregou os exames à polícia, que repetiu a aplicação do raio-X na tentativa de identificação.

Na comparação dos achados tomográficos do cadáver, confirmou-se a suspeita de que o corpo pertencia mesmo ao morador da casa que pegou fogo.

No entanto, o laudo dos exames concluiu que a causa da morte foi traumatismo cranioencefálico. Ou seja, a casa não pegou fogo por acidente, como se imaginava.

Alguém matou o homem, provavelmente causando uma batida na cabeça, e depois incendiou a casa de forma intencional. A polícia passou a tratar o caso como homicídio e iniciou uma investigação.

A telerradiologia e a radiologia forense

A radiologia forense é uma ciência que, conforme explicamos, se faz pela junção de todas as partes que envolvem a medicina e a odontologia. Por conta disso, usa de metodologias eficientes para resolver casos, que antes poderiam demorar anos ou sequer serem algum dia, desvendados.

A cada que se passa, a radiologia forense se torna mais ampla e moderna. Prova disso é a inserção dos recursos da telerradiologia nessa prática.

Atualmente é possível que os peritos realizem os exames e tenham os laudos elaborados em pouquíssimo tempo, usando os serviços das empresas de telerradiologia.

Dessa forma, se ganha ainda mais agilidade para solucionar os crimes e casos policiais. Isso serve, inclusive, para que criminosos possam ser penalizados pelo mal que fizeram.

Tudo isso é muito interessante, não é mesmo? Esperamos que tenha gostado dos cases de radiologia forense que reunimos aqui.

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