Radiologia na Implantodontia: planejamento e execução

A radiologia na Implantodontia é um componente essencial para o planejamento e monitoramento dos implantes dentários. 

Os exames de imagem detalhados fornecem uma visão clara das estruturas ósseas e dos tecidos moles, permitindo que dentistas e técnicos em radiologia avaliem a condição do paciente com precisão. 

Esse conhecimento é crucial para a elaboração de um plano de tratamento eficaz e para a execução bem-sucedida dos procedimentos de implantação. 

A radiologia possibilita a identificação de possíveis complicações e garante que os implantes sejam posicionados corretamente, promovendo a integração adequada e a longevidade dos resultados. 

A seguir, apresentaremos um guia do planejamento e execução da radiologia na Implantodontia. 

Para isso, tomaremos como base uma metodologia trabalhada por José de Araujo Viana Neto, em sua monografia produzida na especialização em Radiologia Odontológica e Imagiologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Acompanhe!

Radiologia na Implantodontia: um guia de planejamento e execução

A radiologia é uma ferramenta indispensável na implantodontia, fornecendo informações críticas para o planejamento e a execução de implantes dentários. 

O fluxo de trabalho digital de Al Yafi et al. (2019), apresentado por Viana Neto, oferece um passo a passo claro e eficiente para a implementação de implantes, dividindo o processo em seis etapas principais. Veja:

radiologia na implantodontia
Fonte: José de Araujo Viana Neto (2021)

Passo 1: avaliação do paciente

A avaliação inicial do paciente é a base de todo o processo de planejamento de implantes. Nessa etapa, o dentista realiza uma análise completa da saúde oral e geral do paciente. 

Isso inclui a revisão do histórico médico e odontológico, bem como a realização de um exame clínico detalhado. 

A avaliação também deve considerar fatores como a qualidade e quantidade do osso alveolar, a condição dos dentes adjacentes e a saúde gengival. 

O objetivo é determinar se o paciente é um bom candidato para o implante e identificar quaisquer condições que possam necessitar de tratamento prévio.

Passo 2: coleta de dados

Após a avaliação inicial, é necessário coletar dados precisos sobre a anatomia do paciente. Essa etapa envolve o uso de tecnologias de imagem avançadas, como a tomografia computadorizada de feixe cônico (CBCT) e a digitalização de modelos (STLs). 

A CBCT oferece imagens tridimensionais detalhadas das estruturas ósseas, permitindo uma análise precisa da densidade óssea e da proximidade de estruturas anatômicas críticas, como nervos e seios maxilares. 

Os arquivos STL são usados para capturar a superfície dos dentes e tecidos moles, proporcionando uma visão completa do ambiente oral.

Passo 3: manipulação dos dados

Os dados coletados são então importados para softwares especializados onde são manipulados para criar um modelo digital do paciente. 

Nessa etapa, os profissionais de radiologia e odontologia colaboram para ajustar e combinar as imagens CBCT com os modelos STL, garantindo que todas as informações estejam corretamente alinhadas. 

O modelo digital serve como a base para o planejamento virtual do implante, permitindo uma visualização precisa da área de implantação e facilitando a identificação de possíveis desafios ou complicações.

Passo 4: planejamento virtual dos implantes

Com os dados manipulados, o próximo passo é o planejamento virtual dos implantes. 

Utilizando softwares de planejamento de implantes, os profissionais podem simular a colocação dos implantes em um ambiente virtual. 

Tais programas permitem ajustar a posição, ângulo e profundidade dos implantes, garantindo que sejam colocados no local mais ideal para suportar a prótese e maximizar a estabilidade óssea. 

Diferentes softwares de planejamento podem ter variações no fluxo de trabalho digital, mas todos visam a precisão e a previsibilidade do resultado final.

Passo 5: fabricação de guias e próteses

Com o planejamento virtual concluído, é hora de fabricar os guias cirúrgicos e as próteses. 

Os guias cirúrgicos são dispositivos personalizados que ajudam a posicionar os implantes exatamente conforme planejado. 

Eles são fabricados usando tecnologia CAD/CAM, que permite a produção precisa de dispositivos com base nos modelos digitais. 

As próteses provisórias também podem ser fabricadas durante esta fase, prontas para serem instaladas imediatamente após a colocação dos implantes.

Isso proporciona ao paciente uma solução estética e funcional temporária enquanto os implantes se osseointegraram.

Passo 6: execução da cirurgia e instalação da prótese provisória

A etapa final é a execução da cirurgia de implante e a instalação imediata da prótese provisória. 

Durante a cirurgia, os guias cirúrgicos são utilizados para garantir que os implantes sejam colocados exatamente conforme planejado. 

A precisão dos guias minimiza os riscos e aumenta a eficiência do procedimento. Após a colocação dos implantes, a prótese provisória é instalada, permitindo que o paciente saia da cirurgia com dentes funcionais e esteticamente agradáveis. 

Essa abordagem não apenas melhora a experiência do paciente, mas também facilita a recuperação, promovendo uma melhor integração dos implantes.

O fluxo de trabalho digital na Implantodontia, conforme descrito por Al Yafi et al.,ilustra a importância da integração de tecnologias avançadas e a colaboração entre diferentes especialistas para alcançar resultados otimizados. 

A radiologia desempenha um papel crucial em cada etapa do processo, desde a avaliação inicial até a execução cirúrgica, garantindo que os implantes sejam colocados com a máxima precisão e eficácia. 

Adotar essas práticas não só melhora os resultados clínicos, mas também proporciona uma experiência mais satisfatória e segura para os pacientes.

Para os profissionais e gestores de clínicas de radiologia odontológica, uma alternativa para otimizar os custos desse processo é apostar na telerradiologia. Leia o artigo que aborda o tema.

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