Se você é odontólogo já deve ter ouvido falar na anatomia da ATM, não é mesmo? Afinal, essa é considerada a articulação mais complexa do organismo e quando sofre alguma disfunção, pode causar incômodos diários nos pacientes, como fortes dores na cabeça e no pescoço.
Como não associam a dor a algo nos dentes, as pessoas geralmente procuram médicos para tratar desse incômodo. O ortodontista só recebe o paciente mais tarde, quando os médicos verificam que se trata de um problema na articulação temporomandibular, ou simplesmente ATM.
É por isso que os odontólogos precisam conhecer sobre a anatomia da ATM. Neste artigo, fizemos um resumo sobre o assunto. Confira, a seguir!
Entenda o que torna a ATM a articulação mais complexa do organismo
A ATM é responsável pela ligação entre a mandíbula e o osso temporal do crânio. Ela fica localizada à frente das orelhas, em cada lado da cabeça. Entre as partes, existe ainda um disco articular. Todo o conjunto da articulação é envolvido ainda por uma cápsula.
A articulação é conhecida como a mais complexa do organismo por realizar movimentos simultâneos de rotação e translação. Além disso, a sua anatomia é bem ampla e envolve vários elementos.
Conheça cada estrutura da anatomia da ATM
A anatomia da ATM é composta por diversas estruturas que proporcionam os movimentos de rotação e translação, responsáveis pela abertura, fechamento e movimentos da boca. Na sequência, veja um pouco mais sobre cada uma das estruturas da anatomia da ATM!
Fossa mandibular e protuberância articular
A fossa mandibular ou glenoide é a porção mais profunda do osso temporal. Ela é formada por uma camada fina de osso compacto, que também é revestida por uma camada de fibrocartilagem.
A protuberância articular ou eminência, por sua vez, é formada por um osso esponjoso, que recebe a cobertura de uma camada de osso fino. Toda a estrutura é recoberta por fibrocartilagem.
Côndilo mandibular
Trata-se de um detalhe anatômico formado por uma ossificação endocondral, formada por um osso de espessura esponjosa e coberto por uma camada mais fina de osso cortical, cuja espessura varia de pessoa para pessoa.
Disco articular
O disco articular é uma das principais estruturas da anatomia da ATM. Ele é formado por uma estrutura fibrocartilaginosa e é bicôncava. Seu objetivo é proteger e possibilitar o contato das superfícies ósseas da articulação durante a movimentação da mandíbula.
Ainda tem a função de amortecer os choques e regular os movimentos. Para isso, entre a porção anterior do disco é dividida em duas faixas, sendo que a superior é inserida na eminência articular e a inferior na superfície anterior.
É importante destacar que a porção posterior do disco também é dividida em duas partes, sendo que a superior é ligada à fissura petrotimpânica e a inferior está relacionado ao côndilo. Além disso, a estrutura ainda conta com fibras musculares entre as duas faixas.
Zona bilaminar
A zona bilaminar compreende um tecido conjuntivo frouxo, localizado na porção posterior do disco articular. A região é muito rica em vasos e fibras nervosas.
Cápsula articular
A cápsula articular é composta por um tecido conjuntivo que reveste toda a anatomia da ATM. Ela tem a função de proteger e limitar os movimentos do côndilo, para que ele seja maleável o suficiente para conseguir fazer os movimentos necessários.
Líquido sinovial
O chamado líquido sinovial tem origem nas células sinoviais e tem uma consistência viscosa que é responsável por lubrificar todas as superfícies articulares. Desse modo, é aumentada a eficiência da movimentação e reduz a erosão no local.
Ligamentos
A anatomia da ATM também tem diversos ligamentos de tecido conjuntivo colagenoso, que atuam como limitadores da função articular. Esses ligamentos, portanto, seguram a ATM e são classificados em três tipos, os colaterais, os capsulares e os temporomandibulares.
Apesar disso, apenas três ligamentos têm uma ligação direta com a ATM. São eles: o ligamento lateral ou temporomandibular, o disco-zigomático e o ligamento de Tanaka.
Vascularização
A vascularização da ATM ocorre por meio das ramificações das artérias maxilares-internas e pelas temporais-superficiais, que fazem a irrigação das partes posteriores da cápsula. Enquanto isso, pequenos ramos da artéria penetram na região anterior.
Também existem um plexo vascular retromandibular na parte posterior da cápsula. Esse plexo é responsável por deixar a pressão igualada nos tecidos, proporcionando o preenchimento e o esvaziamento do côndilo. Assim, essa estrutura pode se movimentar de forma rítmica para frente e para trás.
Veja o que é necessário para diagnosticar disfunções na anatomia da ATM
Os pacientes que têm distúrbios na ATM costumam se queixar dos seguintes sintomas:
- dores de ouvido;
- fortes dores de cabeça ou enxaquecas;
- dores ao mastigar alimentos ou bocejar;
- mandíbulas que saem do lugar ou ficam presas;
- desencaixe da mandíbula ao abrir e fechar a boca;
- mudanças na forma como os dentes superiores e inferiores se encaixam.
Para diagnosticar esse tipo de problema, além de observar esses sintomas descritos pelos pacientes, os dentistas também devem solicitar exames. Entre eles, destaca-se os exames de imagens, pois as radiografias permitem que o ortodontista possa verificar detalhadamente cada uma das estruturas da anatomia da ATM, que descrevemos anteriormente.
Esperamos que nosso conteúdo tenha sido útil para você e que tenha contribuído para aumentar ainda mais os seus conhecimentos sobre a anatomia da ATM. Assim, você poderá buscar por especializações na área e atender cada vez melhor os seus pacientes.
No caso de ter ficado com alguma dúvida sobre o assunto ou queira compartilhar alguma situação que aconteceu em seu consultório conosco, deixe um comentário no espaço abaixo. Vamos debater juntos sobre esse assunto tão importante!