O poder do raio-X forense na investigação de crimes

A aplicação do raio-X forense tem se destacado como uma ferramenta poderosa na investigação de crimes, oferecendo insights cruciais para desvendar mistérios complexos. 

Por meio de avançadas técnicas de imagem, essa tecnologia revela informações ocultas que escapam ao olho humano, revelando-se como um aliado inestimável para os profissionais da área. 

Os detalhes obtidos por essa técnica não só fornecem provas tangíveis, mas também ajudam a reconstruir cenários criminais e identificar conexões vitais para a resolução de casos complexos. 

Fique conosco e confira agora mesmo o poder do raio-X forense na investigação de crimes. Traremos mais detalhes, a seguir!

Radiologia odontológica forense: saiba mais sobre a área

A radiologia odontológica forense é uma especialidade fascinante que desempenha um papel crucial na identificação de vítimas e na resolução de crimes. 

Utilizando técnicas de imagem, como radiografias dentais e tomografias computadorizadas, os profissionais dessa área podem obter informações valiosas a partir dos dentes e estruturas associadas. 

Essas informações são extremamente úteis na identificação de indivíduos desconhecidos, na determinação de causas de morte e na análise de mordidas em casos criminais.

Além da identificação, a radiologia odontológica forense também revela curiosidades surpreendentes sobre os dentes humanos. 

Por exemplo, a análise das características dentárias pode revelar informações sobre a idade de uma pessoa, suas condições de saúde, hábitos alimentares e até mesmo evidências de trauma passado. 

Além disso, os dentes são uma das estruturas mais resistentes do corpo humano, e mesmo após a morte, eles podem fornecer pistas valiosas sobre a vida e os eventos que uma pessoa experimentou.

Outra curiosidade interessante é o uso da radiologia odontológica forense na análise de mordidas em casos criminais. 

Cada pessoa tem uma dentição única, assim como uma impressão digital, e as características específicas das mordidas deixadas em uma vítima podem ajudar a identificar o agressor. 

Combinando a análise detalhada das marcas de mordida com registros dentários de suspeitos, os especialistas em radiologia odontológica forense podem fornecer evidências cruciais para os investigadores resolverem casos complexos.

Situações em que o raio-X forense pode desvendar crimes

Como explicamos, a radiologia odontológica forense desempenha um papel importante na resolução de crimes. 

Abaixo, veja alguns exemplos de situações em que o raio-X forense odontológico pode desvendar crimes:

Identificação de vítimas

A radiologia odontológica forense pode ser usada para comparar radiografias de antemortem (antes da morte) com registros de imagem feitos após a ocorrência de crimes.

Como os dentes são ossos muito resistentes, eles podem servir para identificar corpos carbonizados ou em avançado estado de decomposição, por exemplo.

Análise de mordidas

Quando uma mordida é deixada em uma vítima ou em um objeto encontrado na cena do crime, a radiologia odontológica forense é acionada.

Nesse caso, deve-se registrar e comparar as mordidas com os registros dentários dos suspeitos. Isso pode ajudar a estabelecer a autoria do crime.

Determinação da idade

O raio-X forense odontológico pode ser usado para estimar a idade de uma pessoa com base no desenvolvimento e erupção dos dentes. 

Isso é especialmente útil em casos envolvendo menores de idade, onde a idade precisa ser determinada para fins legais, como a aplicação de medidas protetivas.

Análise de trauma dentário

A análise de radiografias dentais pode revelar evidências de trauma dentário, como fraturas, deslocamentos ou danos causados por força excessiva. 

Essas informações podem ajudar a reconstruir os eventos que ocorreram durante um crime e auxiliar na identificação do tipo de agressão sofrida pela vítima.

Em todas essas situações, a radiologia odontológica forense desempenha um papel fundamental na investigação criminal, fornecendo evidências objetivas e científicas que ajudam a desvendar crimes e contribuem para a busca pela justiça.

Casos reais de aplicações do raio-X forense

Vamos ver como o raio-X forense ajuda na resolução de crimes, na prática? Em uma publicação do Conselho Nacional de Técnicos em Radiologia (Conter), é possível encontrar alguns exemplos. Veja, a seguir!

Identificação de corpo carbonizado em Belo Horizonte

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Reprodução: Conter

Em junho de 2008, um corpo carbonizado, registrado como desconhecido, foi levado ao necrotério do Instituto Médico Legal de Belo Horizonte – MG. 

A Seção de Odontologia Legal realizou um exame odontolegal, incluindo fotografias e radiografias. 

Os supostos familiares do desconhecido forneceram uma radiografia panorâmica datada de 2007 e 14 radiografias periapicais.

Ao comparar as descrições das radiografias panorâmica e periapicais fornecidas pelos familiares com o exame clínico, radiográfico e fotográfico realizados no corpo desconhecido, foi observado que 18 elementos dentários apresentavam características compatíveis com tratamentos realizados.

Isso incluía até mesmo a compatibilidade das estruturas anatômicas, como trabeculado ósseo, câmara pulpar, inclinação, anatomia das raízes e coroas. 

Não foram encontradas discrepâncias ou discordâncias no exame realizado por meio da técnica comparativa entre as radiografias antes da morte, radiografias post mortem e o exame odonto-legal.

Este caso foi relatado no artigo intitulado “Identificação humana pelo exame da arcada dentária“, desenvolvido por Cristiane Miranda Carvalho, Ricardo José Nazar, Adriana Maria Carneiro Moreira e Fernanda Capurucho Horta Bouchardet, no Instituto Médico Legal de Minas Gerais.

Identificação de vítima de latrocínio no Tocantins

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Reprodução: Conter

No ano de 2007, um cadáver carbonizado, do sexo masculino e sem identificação, foi encontrado dentro de um veículo incendiado e levado ao Instituto Médico Legal (IML) de Palmas, Tocantins.

A investigação policial revelou que o proprietário do veículo estava desaparecido e, devido à destruição dos tecidos moles causada pela carbonização, a identificação por meio da arcada dentária foi considerada o método mais adequado. 

O exame de raio-X forense para a identificação foi realizado no próprio IML de Palmas.

Foram levantados os dados odontológicos a partir das radiografias periapicais obtidas dos arcos dentais do cadáver, bem como das informações contidas na radiografia panorâmica fornecida pelos familiares do proprietário do veículo incendiado. 

A comparação dos exames permitiu concluir que as imagens radiográficas correspondiam à mesma pessoa. O homem foi vítima de um latrocínio e teve o carro incendiado por bandidos após um assalto.

Esse caso foi relatado no estudo intitulado “Identificação humana por meio do estudo de imagens radiográficas odontológicas: relato de caso“, conduzido por Raquel Agostini Scoralick, Ana Amélia Barbieri, Zilla Miranda Moraes, Luiz Francesquini Júnior, Eduardo Daruge Júnior e Suely Carvalho Mutti Naresi, em colaboração com o Departamento de Odontologia Social e Clínica Infantil da Faculdade de Odontologia da UNESP e o Departamento de Odontologia Social da Faculdade de Odontologia da UNICAMP.

Além desses diversos outros casos de uso do raio-X forense já foram divulgados. Inclusive, temos um artigo em nosso blog que traz alguns exemplos interessantes. Continue se informando e leia agora mesmo!

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