No cotidiano de trabalho dos radiologistas odontológicos é comum que sejam observadas restaurações e procedimentos nas imagens dos exames dos pacientes.
Compreender sobre do que se trata cada uma dessas restaurações e procedimentos é importante para o correto diagnóstico dos problemas bucais que cada pessoa tem. Assim, evita-se cometer equívocos e a qualidade do serviço prestado para os pacientes é garantida.
Tudo o que os radiologistas odontológicos precisam saber
Para que você conheça tudo o que os radiologistas odontológicos devem saber sobre os dentes, continue a leitura. Com base em um artigo desenvolvido pelo portal RadioGraphics, desenvolvemos uma lista com pontos em que é necessário ficar atento.
Anatomia
A anatomia dos dentes é composta por múltiplos componentes, como a coroa, o esmalte, a dentina, os elementos neurovasculares, entre outros.
Os radiologistas odontológicos precisam desenvolver a expertise de saber identificar cada detalhe da anatomia odontológica ao analisar um exame de imagem. Apenas dessa forma se poderá identificar anomalias e doenças que necessitem de tratamento.
A anatomia do dente normal é da seguinte forma: o esmalte cobre a coroa e uma fina camada de cemento cobre as raízes. A dentina, uma matriz calcificada, fica entre o esmalte ou o cemento e a câmara pulpar ou canal radicular. A gengiva cobre os processos alveolares maxilar e mandibular.
Amálgama dental
O amálgama dental é um material tradicionalmente utilizado para o preenchimento de lesões cariosas. Ele é composto por uma liga de metais como o mercúrio, a prata, o cobre e, em algumas situações, o zinco. Por conta desse preenchimento, algumas listras podem aparecer nas radiografias.
Também há compostos de resina para as cáries, porém elas não se destacam tanto a ponto de serem claramente visíveis pelos radiologistas odontológicos que examinam um exame de raio-X.
Terapia do canal radicular
A terapia do canal radicular é realizada quando os pacientes têm a polpa do dente morta ou infectada. Depois de ganhar acesso à câmara pulpar, os canais dos dentes são limpos e desinfectados. Em seguida, um composto de óxido de zinco e um látex com propriedades antimicrobianas são colocados no local.
Além disso, borrachas sintéticas e carbono também podem ser utilizados para essa finalidade. Esses componentes utilizados no tratamento de canal podem ser visualizados quando uma radiografia é analisada com precisão pelos radiologistas odontológicos.
Extrações
A cavidade formada por um dente recentemente extraído é preenchida de forma gradual. Por isso, é natural que se demore entre 6 e 8 semanas para que a gengiva volte ao estado normal, quando a visualizamos a olho nu.
Porém, nas radiografias, as cavidades das extrações só poderão deixar de ser vistas cerca de 8 meses após a realização do procedimento. O radiologista precisa saber fazer essa identificação.
Traumatismo dentário
O traumatismo dentário ou as fraturas são visualizados como uma área linear de baixa atenuação, como se estivesse atravessando o dente. Porém, no caso de as fraturas serem verticais da raiz, elas não são visíveis em radiografias, mas somente em tomografias.
Já a avulsão ou luxação dentária, popularmente conhecidas como soltura do dente, são visualizadas nas radiografias. Isso não pode ficar de fora de um laudo radiográfico, uma vez que o diagnóstico precoce é importante para que seja realizado um tratamento rapidamente.
Doença periodontal
A doença periodontal é uma das causas mais comuns de perda dentária em todo o mundo. Quando não tratada corretamente, essa patologia pode causar o acúmulo de placas bacterianas na gengiva, que inflama e causa a gengivite.
Nos exames de imagem, a doença periodontal aparece como um alargamento do espaço ligamentar periodontal fino e normal. Deve-se estar atento a isso para apurar possíveis causas como a periodontite apical, tratamento ortodôntico, bruxismo, entre outras.
Lesões cariosas
As lesões cariosas ou simples cáries são comuns nas pessoas que não têm uma higiene bucal adequada. Elas são facilmente detectadas pelos radiologistas, que precisam descrevê-las nos laudos dos exames.
Se as cáries não forem tratadas corretamente elas podem evoluir e causar outros problemas mais graves para a saúde dos pacientes, como infecções, por exemplo.
Doença periapical
São chamadas de doenças periapicais as patologias que se desenvolvem ao redor dos dentes, como granulomas, abscessos e cistos. Para tratar esses problemas é recomendado que sejam feitas terapias de canais, cirurgias, extrações dentárias e outros tipos de tratamento, conforme a evolução de cada caso.
Nos exames de imagem, os radiologistas odontológicos podem visualizam uma área de lucidez ao redor do ápice do dente. Em alguns casos também aparece uma borda esbranquiçada.
Sinusite odontogênica
A sinusite odontogênica é uma doença causada geralmente pelas vias obstruídas de drenagem. A patologia causa sintomas como descarga nasal purulenta, dor na face e nas bochechas e uma pressão facial.
Os exames de imagem podem ser utilizados para tratar a sinusite odontogênica. Nesses casos, é vista uma opacificação quase total do seio maxilar. Isso precisa ser descrito no laudo para avaliação do cirurgião dentista responsável pelo paciente.
Infecções profundas do pescoço
Doenças e problemas nos dentes podem gerar infecções muito profundas, alcançando a cabeça e o pescoço. Também podem ser geradas patologias como a celulite orbitrária e a mediastinite.
Os radiologistas odontológicos podem identificar as infecções profundas no pescoço. Assim, eles devem detalhar bem o caso em laudos, para que os dentistas possam propor tratamentos ou indicar um médico com a especialidade adequada.
Em geral, podemos dizer que os dentes e suas estruturas são muito mais complexos do que se imagina em um primeiro momento. É por isso que os radiologistas odontológicos devem seguir sempre estudando e se aperfeiçoando para conhecer novas técnicas e doenças que podem ser diagnosticadas por meio dos exames de imagem.
Gostou do nosso artigo? Tem alguma experiência que queira compartilhar conosco? Então deixe um comentário no espaço abaixo! Assim podemos conversar mais sobre o assunto.
Fontes das imagens no post: RadioGraphics
Este post tem 3 comentários
Amei seu blog 🙂 Parabéns!!!
Obrigado por abordar este assunto. Precisamos de mais pessoas falando sobre isso.
Podem me informar sobre o que devo fazer? Estou com uma questão glândula salivar na mandíbula esquerda. Fiz ultrassom e apresentou características para T2. A ressonância não pode esclarecer muito porque no laudo consta que um material metálico na arcada dentária interferiu na qualidade das imagens . Qual exame devo fazer agora para saber o que interferiu na ressonância? Obrigada!