Eficácia de 3 substâncias desinfetantes de radiologia odontológica

O controle da transmissão de doenças infecciosas é uma preocupação constante entre os profissionais da saúde. Por isso, conhecer as substâncias desinfetantes da radiologia odontológica é tão importante.

No âmbito da radiologia odontológica, vale lembrar, existem várias fontes potenciais de infecções cruzadas envolvendo agentes patogênicos diferentes, tais como bactérias, vírus e fungos. 

A pandemia de Covid-19, por exemplo, ressaltou a importância da assepsia e correta higienização dos ambientes, principalmente na área da saúde. Após a crise sanitária, todos passamos a ser mais cuidadosos em relação a isso.

Apresentaremos neste artigo 3 substâncias desinfetantes de radiologia odontológica, que foram testadas em estudo feito pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Veja, a seguir!

Conheça as 3 substâncias desinfetantes de radiologia odontológica testadas pela UFPE

O estudo realizado pela UFPE avaliou a prevalência bacteriana em componentes utilizados na radiologia odontológica e testou a eficácia de três substâncias desinfetantes.

Os pesquisadores que conduziram os testes foram: Rilton Emanuel Cavalcante Ferreira, José Rebelo Neto, Maria da Graça Câmara Antas, Carlos Roberto Weber Sobrinho e Flávia Maria de Moraes Ramos Perez.

Foram avaliadas quatro superfícies: cilindro localizador, avental de chumbo, disparador de raios X e câmara escura, em quatro clínicas de radiologia odontológica diferentes.

As substâncias desinfetantes de radiologia odontológica testadas foram: o álcool 70%, o hipoclorito de sódio e o ácido peracético. Saiba mais sobre cada uma delas, lendo os tópicos abaixo.

substâncias desinfetantes-na-radiologia

1. Álcool 70%

De acordo com os pesquisadores, a atividade antimicrobiana dos álcoois está condicionada à sua concentração em peso ou em volume em relação à água, que deve ser de 70% (P/P) ou 77% (V/V), respectivamente. 

Eles também apontaram que nessa concentração, o álcool não desidrata a parede celular do microrganismo, podendo penetrar no seu interior, onde irá desnaturar proteínas. 

De tal maneira, o álcool 70% exerce atividade bactericida, virucida e fungicida, não apresentando efeito esporicida. 

A substância também é um dos principais desinfetantes de superfície utilizados em serviços de saúde, contudo, não é reconhecido pela American Dental Association (ADA) como desinfetante de superfície fixa 2,7.

Durante a pandemia de Covid-19, é interessante lembrar, que o álcool 70% foi altamente recomendado pelos especialistas, para evitar a disseminação do novo coronavírus. 

O uso segue sendo recomendado nas clínicas de radiologia odontológica e demais estabelecimentos de saúde.

2. Hipoclorito de sódio

Os pesquisadores da UFPE classificam o hipoclorito de sódio como um composto liberador de cloro ativo que, dependendo da concentração de uso, pode apresentar efeito bactericida, fungicida, virucida e esporocida. 

No entanto, eles apontam no estudo que ainda não se conhece completamente seu mecanismo de ação, apesar de já se saber que o produto apresenta um amplo espectro de ação, age rapidamente e tem baixo custo. 

O hipoclorito de sódio pode ser utilizado através da fricção ou imersão da superfície que se deseja desinfetar 7,14, segundo os pesquisadores da UFPE.

3. Ácido Peracético

O grupo que realizou testes com substâncias desinfetantes na radiologia também apontou que o ácido peracético apresenta a capacidade de promover a desnaturação proteica através da oxidação das ligações sulfidril e sulfúricas em proteínas e enzimas da parede celular dos micro-organismos. 

O ácido também apresenta efeito bactericida, esporicida, fungicida e virucida. Além disso, possui ação bastante rápida quando utilizado em concentrações que variam entre 0,001 a 0,2% 9,11. 

O estudo aponta que, quando utilizada na concentração de 0,2%, a solução à base desse ácido interfere na adesão do S. aureus em aço inoxidável, além de ser eficiente na desinfecção de escovas e próteses dentárias, necessitando de menor tempo para ação descontaminante.

Conclusões do estudo sobre desinfetantes de radiologia

Na análise da eficácia das substâncias, realizada pelos pesquisadores da UFPE, o hipoclorito de sódio 2,5% e o ácido peracético 0,2% reduziram a quantidade de superfícies contaminadas por bactérias, de 93,8% para 6,3%, enquanto o álcool 70% se mostrou menos eficaz na desinfecção, pois houve uma redução de 87,5% para 56,3% no número de superfícies contaminadas, após o seu uso.

O estudo também concluiu que, em relação à desinfecção, o hipoclorito de sódio 2,5% e o ácido peracético 0,2% não apresentaram diferenças estatisticamente significante entre si.

Por sua vez, o álcool 70% demonstrou diferença significante, com menor eficácia na eliminação de Staphylococcus epidermidis e Bacilos Gram positivo.

Na análise da eficácia da desinfecção com o álcool 70%, foi observado pelos pesquisadores que 75% dos cilindros apresentavam contaminação bacteriana antes da sua utilização. Após o uso do produto, o percentual de cilindros contaminados continuou o mesmo. 

As superfícies dos aventais de chumbo e dos disparadores, por sua vez, apresentavam contaminação bacteriana e, quando submetidos à desinfecção pelo álcool, 50% das superfícies apresentavam-se livres de contaminação. 

Já nas Câmaras escuras, a redução das superfícies contaminadas foi de 25%.

Em resumo, podemos dizer que o estudo da UFPE concluiu que as três substâncias desinfetantes de radiologia testadas: álcool 70%, hipoclorito de sódio e ácido peracético são eficientes para combater as contaminações. 

No entanto, das três substâncias, o álcool é a menos eficiente para uso nas clínicas de radiologia odontológica.

O que você achou sobre esse estudo? Saber mais sobre esse assunto é muito relevante para dentistas, radiologistas e gestores de clínica de radiologia odontológica.

Compartilhe este conteúdo em suas redes sociais para que seus colegas da área também possam se informar sobre as substâncias desinfetantes de radiologia!

Leia também

Deixe um comentário