O arquivamento de imagens radiológicas é um assunto muito importante e que muitas vezes passa despercebido pelos gestores de clínicas médicas e odontológicas. É preciso, no entanto, dar atenção para essa questão, uma vez que ela envolve fatores delicados, como até mesmo a ética e boa conduta profissional.
Para trazer o assunto à tona e iniciar um debate saudável entre os profissionais da área, desenvolvemos este artigo. A seguir, vamos esclarecer dúvidas e explicar tudo o que você precisa saber sobre o arquivamento de imagens radiológicas. Siga conosco!
Por que se preocupar com o arquivamento de imagens radiológicas?
Os laudos de exames e as imagens radiológicas fazem parte do prontuário dos pacientes de médicos e dentistas. Assim sendo, de acordo com a Resolução CFM nº 1821, os estabelecimentos de saúde têm a obrigação de guardar esses materiais por até 20 anos, quando não forem digitalizados.
Já os itens digitalizados ou microfilmados precisam ser armazenados de forma permanente, sem que possam ser excluídos ou alterados. O objetivo disso é que as informações possam ser solicitadas pelos pacientes no futuro, por questões diversas.
Outro ponto que deve começar a despertar dos empresários da área é a recente aprovação da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). A nova legislação deve entrar em vigor em 2020 e obriga as empresas de todos os segmentos a terem mais responsabilidade com os dados de todas as pessoas.
No caso de uma clínica médica ou odontológica, se as informações do laudo ou imagem de um exame radiológico vazarem, ou serem acessados por outra pessoa, sem a devida autorização do paciente, poderão ser aplicadas multas bastante altas.
Ainda é possível fazer o arquivamento de imagens radiológicas na forma física?
Sim! Muitas clínicas e consultórios ainda têm salas inteiras para fazer o arquivamento de imagens radiológicas de forma física. Isso acontece, principalmente, nos estabelecimentos mais antigos. Afinal, a guarda dos documentos deve ser feita por pelo menos 20 anos e antigamente não havia toda a tecnologia que dispomos na contemporaneidade.
Apesar de o arquivamento de imagens radiológicas na forma física ainda ser permitido, ele não é recomendado para os exames realizados a partir de agora. É importante que se adote uma cultura digital, já que nos sistemas de gestão online é mais prático de serem encontradas as informações facilmente e sem que seja necessário ter um grande espaço físico para isso.
O arquivamento digital é o mais interessante? Por quê?
Essa resposta também é positiva! É muito mais recomendado que as clínicas e consultórios apostem no arquivamento de imagens radiológicas digitais. Isso é muito importante, uma vez que os benefícios são evidentes, conforme destacamos no tópico anterior.
Pare e pense na seguinte situação: um antigo paciente procura a clínica com uma ordem judicial para que sejam disponibilizados os laudos e imagens de exames que ele fez há 10 anos. Isso é necessário para que ele comprove na Justiça que teve determinado problema de saúde causado por uma atividade insalubre que desenvolvia numa antiga empresa em que trabalhava e que agora está sendo alvo de uma ação trabalhista.
Em casos como esse, é uma obrigação das clínicas e consultórios disponibilizarem os materiais ao solicitante. Agora imagine se os arquivos estão guardados em grandes fichários, junto a papéis e imagens de centenas de outros pacientes. Será que vai ser fácil encontrar esse material?
Certamente não! Serão muitas horas ou dias de procura para localizar os exames nos arquivos, por mais que eles estejam muito bem organizados. Porém, se eles estiverem digitalizados, basta fazer uma busca no sistema, com o nome do paciente, e facilmente o item será localizado e poderá ser disponibilizado ao solicitante.
O que é PACS e qual é o seu papel?
Quando falamos em arquivamento de imagens radiológicas, não podemos deixar de citar o PACS, um sistema de transmissão e arquivamento de imagens médicas, muito utilizado em serviços de telerradiologia e emissão de laudos a distância, por exemplo.
O PACS proporciona que os exames e laudos sejam armazenados em nuvem, podendo ser acessados rapidamente pelos gestores do estabelecimento. Ele possibilita que as imagens possam ser visualizadas em monitores de alta resolução e distribuídos em locais fisicamente distintos. É o que acontece quando um consultório contrata uma empresa que emite laudos online.
E o padrão DICOM?
DICOM é uma sigla em inglês para Digital Imaging and Communications in Medicine, que pode ser traduzida como “comunicação de imagens digitais em medicina”. Esse padrão garante que o arquivamento de imagens radiológicas siga um mesmo formato, para que possa ser localizado em diferentes dispositivos.
É o padrão DICOM que garante que as imagens captadas em um consultório odontológico sejam transmitidas para uma empresa de telerradiologia que faz a laudação dos exames, por exemplo. Se necessário, as mesmas imagens poderão ser transmitidas para um médico, fonoaudiólogo ou outro profissional da saúde que estiver tratando o mesmo paciente.
Como há um padrão, esses profissionais também conseguirão acessar a todas as informações em seus dispositivos, sem que haja nenhum tipo de problema para isso. É por esse motivo que o padrão DICOM é tão relevante para a área da saúde.
Essas são as principais informações que os gestores de clínicas e consultórios médicos ou odontológicos precisam saber sobre o arquivamento de imagens radiológicas. Esperamos que elas tenham sido úteis, para que você possa colocar tudo em prática o mais breve possível em seu estabelecimento.
Para continuar se informando sobre esse tema tão relevante, recomendamos a leitura de nosso artigo que fala sobre o padrão DICOM e os seus benefícios para laudos odontológicos.